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O papel da vitamina D, os riscos da superdosagem e a relação com a covid-19

Todo mundo já ouviu falar que precisa ficar exposto ao sol para produzir vitamina D. Ainda assim, pesquisas apontam que atualmente grande parte da população mundial apresenta baixos níveis dessa substância. A importância desse nutriente para a saúde dos ossos é bem conhecida, porém, seus benefícios vão além, envolvem várias funções essenciais do organismo. Portanto, é fundamental manter os seus níveis adequados no corpo.

A vitamina D é um hormônio esteróide presente em mais de 3.000 genes, com receptores em todos os órgãos humanos e, embora sua principal funcionalidade seja regular o metabolismo ósseo, de acordo com a nutricionista Dra. Ana Paula Tardivo, da Clínica N3, ela também é responsável por regular o crescimento, os sistemas imunológico, cardiovascular e muscular, a reprodução, a secreção de insulina, além de influenciar no funcionamento adequado da tireoide e da coagulação. Atua também na prevenção de doenças como obesidade, diabetes, pressão alta, esclerose múltipla e diversos tipos de câncer, como de mama, reto e cólon.

Conhecida como a “vitamina do sol”, a vitamina D é formada no organismo pela ação dos raios ultravioleta sobre a pele, via fotoconversão (transformação) da pró-vitamina D3 em pré-vitamina D3. “Ela é convertida no fígado na maior forma de vitamina D, e no rim, transforma-se na forma metabolicamente ativa.”, explica a nutricionista.

A dose necessária de banho de sol varia de acordo com o fototipo e a quantidade de radiação, ou seja, é influenciada por vários fatores como horário, altitude, latitude, estação do ano e tempo de exposição. Segundo a Dra. Ana Paula, o grau de pigmentação da pele é um fator importante para a produção de vitamina D, uma vez que peles negras apresentam limitação à penetração de raios ultravioleta e, consequentemente, possuem menor taxa de conversão cutânea.

Em média, para pessoas de peles claras, o ideal fica entre 15 e 20 minutos diários ao sol, sem nenhum protetor solar nos braços e pernas; já para quem tem pele mais escura, são necessários 40 minutos. A nutricionista observa que protetores solares com fator de proteção solar (FPS) maiores que 30 podem inibir de 95 a 99% a produção cutânea de vitamina D.

Há alimentos que são fontes naturais de vitamina D, como peixes gordurosos, fígado bovino, gema de ovo e cogumelos secos, entretanto, para suprir a necessidade diária dessa substância, é necessário consumir grandes porções, pois a quantidade que eles fornecem é limitada. Por isso, a principal fonte no organismo vem da sua síntese na pele, por ação da luz solar.

Deficiência

Ao fazer os acompanhamentos de rotina, o ideal é conferir como estão os níveis de vitamina D por meio do exame de sangue 25(OH)D. Alguns sintomas, no entanto, podem ser sinais de deficiência, dentre eles: infecções das vias respiratórias como resfriados, bronquite e pneumonia; fadiga e cansaço; dores ósseas e lombares; depressão (particularmente em adultos mais velhos); dificuldade de cicatrização de feridas; diminuição da densidade mineral óssea; queda de cabelo, mau humor, dor de cabeça tipo cluster (como facadas ou em pontadas finas penetrantes) e dor muscular.

Conforme cita Dra. Ana Paula, a deficiência de vitamina D está associada principalmente à hipocalcemia leve, ao hiperparatireoidismo secundário, à osteomalácia e ao raquitismo, e com as mais variadas condições de saúde como Alzheimer, autismo, asma e alergias, câncer de mama, câncer de cólon e próstata, depressão, doenças autoimunes, entre várias outras, como também está relacionada ao polimorfismo nos genes do RVD.

Superdosagem

Em contrapartida, se ingerida em doses excessivas, a vitamina D pode ser tóxica. Entre os resultados negativos está a hipercalcemia, que causa depósitos de cálcio em tecidos moles como rins, artérias, coração, ouvido e pulmões. Os sinais de toxicidade incluem: enxaqueca, fraqueza, constipação, náusea e vômitos. “A suplementação deve ser sempre prescrita e monitorada por um profissional da saúde.”, alerta a nutricionista.

Prevenção de doenças

Por apresentar nutrientes que atuam diretamente no sistema imunológico, a vitamina D vem sendo alvo de um número crescente de publicações, especialmente neste ano de pandemia. De acordo com a Dra. Ana Paula, os estudos têm mostrado uma correlação entre o status da vitamina D com a gravidade e mortalidade da covid-19. “A suplementação de vitamina D demonstrou ter efeitos protetores contra infecções do trato respiratório, portanto, as pessoas com maior risco de deficiência de vitamina D durante esta pandemia devem considerar a ingestão de suplementos para manter a 25(OH)D circulante nos níveis ideais (75–125 nmol / L).”, ressalta.

Ela complementa que algumas pesquisas retrospectivas demonstraram uma correlação positiva, no entanto, não há evidências suficientes sobre a associação entre os níveis de vitamina D e covid-19 na gravidade e mortalidade. Portanto, ainda são necessários ensaios clínicos randomizados e estudos de corte em grande escala para testar essa hipótese.

Independentemente da comprovação da relação entre a vitamina e a doença causada pelo novo coronavírus, a manutenção dos níveis ideais dela no organismo já vale muito pelos outros inúmeros benefícios que ela traz para a saúde. Com os exames em dia e auxílio de um nutricionista é possível garantir a taxa adequada desta vitamina tão poderosa para o corpo humano.

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