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Complicações neurológicas da Covid-19

Pacientes graves com permanência prolongada em UTI e intubação ficam mais propensos a sequelas; acompanhamento especializado é indispensável para a reabilitação 

Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia do novo coronavírus, em março de 2020, a Ciência vive em constante observação e estudo de todos os acometimentos da Covid-19. Diariamente, os médicos acompanham as consequências na saúde física e mental de quem foi infectado pelo SARS-CoV-2 e, além dos sintomas mais relatados, como tosse seca, dificuldade para respirar, perda do paladar e do olfato, febre, diarreia e dor de garganta, têm registrado o crescimento do número de pessoas com comprometimento das funções neurológicas.

Estima-se que 30% dos pacientes com Covid-19 desenvolvam sintomas neurológicos. Uma pesquisa recente realizada por pesquisadores da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, publicada no final de março no jornal científico Annals of Clinical and Translational Neurology, analisou 100 pacientes que tiveram sintomas neurológicos prolongados associados à Covid-19 (mais de seis semanas), porém, que não chegaram a ser hospitalizados. O estudo revelou que 85% deles tiveram quatro ou mais sintomas neurológicos.

Confusão mental, incluindo dor de cabeça e perda de memória de curto prazo, foi o sintoma mais frequente entre os participantes, conforme resultados divulgados na Revista Galileu. Na sequência, respectivamente, foram observados: confusão mental (81% de incidência), dor de cabeça (68%); dormência ou formigamento (com o mesmo percentual); redução ou perda do paladar (59%) e olfato (55%); dor muscular (55%); tontura (47%), dor geral (43%); visão turva (30%) e zumbido (29%).

Além dessas manifestações neurológicas, o doutor Leonardo Camargo, neurologista e sócio-diretor da Clínica, cita outras complicações que são observadas entre os pacientes, como: encefalopatia, encefalite, Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), Síndrome de Guillain-Barré (caracterizada pelo ataque do próprio organismo ao sistema nervoso) e perda de apetite. “A chance de sequelas aumenta em pacientes graves que ficaram por um tempo prolongado em Unidade de Terapia Intensiva e, principalmente, nos que foram intubados”, comenta.

Diante de uma infinidade de complicações neurológicas que podem ser confundidas com sintomas de outras doenças, infecções e até deficiências vitamínicas, não é fácil identificar quando há uma relação direta com a Covid-19 e quando o sintoma é indireto. Por isso, é necessário que o paciente procure ajuda profissional mesmo que pareça estar sentindo um comprometimento mínimo, como falha de memória ou falta de atenção, por exemplo. Com ajuda especializada será possível identificar se, de fato, há uma sequela ou algo para ser feito com a intenção de melhorar.

Camargo ressalta que o diagnóstico precoce aliado ao tratamento correto e a um acompanhamento especializado é a melhor forma de tentar reverter o quadro na maior parte das vezes, pois o cérebro precisa de estímulo precoce. “Diante de qualquer sintoma é essencial procurar um médico, de preferência um neurologista que possa identificar o melhor a ser feito naquele momento. O tratamento tem de começar o quanto antes para evitar ao máximo as sequelas”, alerta. Muitos pacientes precisam de reabilitação intensiva multidisciplinar com fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista e psicoterapeuta.

Impactos neuropsiquiátricos

Todas as mudanças sociais impostas pelo novo coronavírus aliadas ao medo constante – de perder um ente querido ou pessoas próximas, de contrair a doença, de morrer, de perder o emprego, entre tantos outros – colocou a população num estado constante de alerta que tem surtido resultados negativos que impactam a saúde neuropsiquiátrica de boa parte das pessoas, acometidas ou não pela Covid-19. Conforme observa o neurologista da Clínica N3, no último ano houve aumento do número de pessoas com sintomas depressivos, ansiosos, insônia, assim como das tentativas de automutilação, de suicídio e de agressão ao próximo.

Prevenção

Para Camargo, a vacinação em massa é a única saída para reverter esse cenário catastrófico que tem abalado a tantos, mas enquanto ela não é uma possibilidade, devido à dificuldade de acesso à vacina que o Brasil e outros países estão enfrentando, o caminho é não baixar a guarda e se cuidar. Ele reforça que a Covid-19 é uma doença com potencial de gravidade muito grande para uma parcela da população e não podemos desacreditar nisso. “A melhor forma de se prevenir contra as sequelas que ela pode deixar é não ter a infecção”, comenta o neurologista reforçando a importância do uso de máscara, lavagem correta das mãos, uso de álcool em gel e distanciamento social.

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