Coração em paz e cabeça saudável: existe um jeito de cuidar dos dois
A comunicação entre esses órgãos ocorre de forma dinâmica, recíproca e contínua; neuropediatra cita práticas que contribuem para a saúde de ambos
Embora o coração e o cérebro não ocupem a mesma região do corpo, esses órgãos estão mais conectados do que imaginamos. Eles “andam de mãos dadas”, se comunicam de maneira dinâmica, contínua e recíproca. Diante de uma situação inesperada, de um susto ou um momento de muita alegria, por exemplo, é comum observar a alteração do ritmo cardíaco. Sabe o que acontece nessas ocasiões? O cérebro manda um sinal e o coração responde, pois há uma inter-relação que faz um exercer influência sobre o funcionamento do outro. Portanto, para ter um cérebro saudável é necessário cuidar do coração e vice-versa.
O cérebro mantém o funcionamento do coração através de uma rede de nervos e, conforme explica a neuropediatra Daniela Godoy, da Clínica N3 – Neurologia, Neurocirurgia e Neuropediatria, dentro dele são produzidas substâncias relacionadas ao bem-estar e ao estresse que interferem como o coração bate e como o corpo vai funcionar. “Se há liberação contínua de dopamina e noradrenalina, por exemplo, que são os hormônios da fuga, do estresse e da ansiedade, o coração vai bater acelerado o tempo todo, a pessoa terá sensação de mal-estar, pode haver aumento da pressão arterial e, consequentemente, causar problemas secundários nos rins e aumentar o risco de acidente vascular cerebral e outros eventos no cérebro”, observa.
O coração é o principal órgão do sistema circulatório, é responsável por entregar a circulação sanguínea e fazer o transporte dos nutrientes para todas as partes do corpo. Ele se encarrega da homeostase, que é a estabilidade da qual o organismo precisa para realizar as suas funções adequadamente e, assim, favorece o equilíbrio do corpo. Como o coração se comunica constantemente com o cérebro, precisa haver uma sintonia entre eles, pois, se um adoece, o outro pode ser afetado.
Cultivar hábitos saudáveis e levar uma vida equilibrada é uma forma de contribuir para a saúde neurológica e cardiovascular. Conforme orienta a doutora Daniela, é importante: manter uma dieta balanceada, controlar o peso corporal, praticar atividade física regularmente, evitar consumo excessivo de sal, não fumar, ter uma boa qualidade de sono, consumir bebida alcoólica com moderação e fazer check-ups periodicamente. Também é indispensável controlar o nível de estresse, pois esse é um diferencial que contribui diretamente para a saúde do cérebro e, consequentemente, do coração.
A neuropediatra complementa ainda que as boas práticas são fundamentais na vida adulta, mas são positivas, inclusive, para as crianças. “Uma vida equilibrada, com boas escolhas estabelecidas desde a infância contribuirá para que a criança se torne um adulto saudável”, reforça.