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Lúpus: do diagnóstico ao tratamento

Acompanhamento médico é um dos pilares para controle da doença que atualmente afeta cerca de 65 mil pessoas no Brasil 

 

Conviver com o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) não é simples e tampouco fácil, afinal, essa doença inflamatória autoimune desregula o funcionamento das células fazendo com que o corpo produza anticorpos que atacam a si próprio e, assim, machuque ou destrua algumas estruturas. Embora as condições de saúde do paciente sejam desafiadoras, com o diagnóstico precoce, acompanhamento médico especializado e tratamento adequado, é possível controlar os sintomas e levar uma vida o mais normal possível. 

O lúpus provoca uma alteração multissistêmica que pode afetar vários órgãos e tecidos, como rim, sistema nervoso, pele e articulações, por exemplo. Os dois principais tipos da doença são: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele – avermelhadas ou eritematosas – especialmente nas áreas expostas ao sol (orelhas, rosto, colo e braços) e o sistêmico, que acomete um ou mais órgãos internos.

Os sintomas variam de acordo com o sistema afetado, porém, os mais comuns incluem dor articular, fadiga, problemas renais como nefrose/síndrome nefrítica, anemia, sintomas psiquiátricos (incluindo depressão e psicose), dor crônica, vermelhidões cutâneas (especialmente na região da face), sistema nervoso central ou periférico. “O espectro da doença é formado pela prevalência de qual órgão o lúpus está agredindo de maneira inicial ou intensa”, esclarece o neurologista e neuroimunologista doutor Luiz Fellipe Aliberti, da Clínica N3. Os sintomas podem surgir em meses, de forma lenta e progressiva, ou mais rapidamente, em semanas. 

Como o lúpus pode acometer vários órgãos, é necessário que o paciente tenha acompanhamento médico periódico para tratamento ou mesmo para conferir se a doença está em atividade. Esse controle é muito importante para a qualidade de vida e para que seja realizada a abordagem correta do tratamento, de forma a evitar danos no decorrer dos anos.

Embora o LES possa ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, a doença tem maior prevalência em pacientes do sexo feminino (90%), sendo a maioria não caucasiana e na faixa etária entre 20 e 40 anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a estimativa é de que aproximadamente 65 mil pessoas tenham lúpus no Brasil. 

 

Controle da doença

 

O diagnóstico é feito com base no perfil do paciente e dos sintomas por ele relatados. Há um critério para investigação da doença que associa o quadro clínico e o perfil do paciente a exames de imagem, de sangue e, se necessário, de biópsia. 

Uma vez diagnosticado o tipo de lúpus (cutâneo, nefrítico ou neurológico), é definido o tipo de tratamento, que pode ser com medicamentos tópicos, comprimidos utilizados por via oral (com mais de um medicamento, geralmente corticoide e azatioprina, entre outros), além de medicamentos para controlar a imunidade e, assim, não deixar o lúpus em atividade. 

Se o paciente for refratário a todas essas opções, os médicos lançam mão de algumas terapias endovenosas, como imunoglobulina ou plasmaférese. Alguns pacientes com lesão renal podem evoluir para hemodiálise ou até transplante renal. “Como depressão, dores crônicas e trombose fazem parte do contexto clínico, também acabam sendo receitados medicamentos aventando essas possibilidades e tratando esses tipos de complicações que podem ocorrer”, complementa doutor Aliberti.

Apesar de ainda não existir cura, há possibilidades de tratamentos continuados que controlam a doença e garantem mais qualidade de vida aos pacientes.

 

Neurologia e lúpus

 

Existe a correlação entre pacientes com lúpus e sintomas neurológicos, porém, nem sempre os sintomas neurológicos ocorrerão diretamente por causa do lúpus. Um estudo feito com pessoas acometidas pela doença apontou que 63% dos pacientes apresentava sintomas neuropsiquiátricos, mas só 30% deles eram atribuídos diretamente ao lúpus. 

As complicações neurológicas mais comumente atribuídas à doença são: disfunção cognitiva (alteração de memória ou a algum quadro relacionado à parte cognitiva do paciente), acidente vascular cerebral (AVC) e epilepsia. Os menos atribuídos diretamente ao lúpus são as alterações de humor (relacionadas à depressão) e cefaleias. 

Além disso, os pacientes podem ter uma “inflamação na veia”, conhecida como arteriolite, um tipo de vasculite secundária ao lúpus, que ocorre de maneira sistêmica, em todo o corpo, e acomete o cérebro. Nesses casos, o paciente tem um risco maior de sofrer um AVC.

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