“Mulher perde 14 anos de memória e esquece de marido e filha após AVC”
Matéria publica pela @folhadelondrina no último dia 21/07 sobre o caso de @edneidesousasilva que define como “fase de adaptação” esses últimos anos com a sua “desconhecida” família.
Os profissionais da Clínica N3 Dr. Leonardo Valente de Camargo e Dr. Carlos Zicarelli participaram da reportagem a convite da @pucpr_oficial_londrina para entender melhor o caso e esclarecerem sobre os AVC e suas possíveis sequelas.
Os profissionais expõem que os AVCs são divididos em dois tipos:
Isquêmicos: correspondem a 85% dos acidentes vasculares e são originados por meio de obstruções de artérias, restringindo o fluxo de sangue e causando a falta de irrigação no cérebro, que pode gerar a morte de neurônios na região. Edneide sofreu este tipo de acidente vascular.
Hemorrágicos: correspondem a 15% dos acidentes vasculares. Ocorre quando há um rompimento de um vaso, provocando hemorragia no tecido cerebral. Causa a morte com mais frequência que o isquêmico.
A gravidade do AVC, segundo Zicarelli, depende da localização em que ele ocorre. “O AVC de grandes proporções – pegando um território vascular muito grande – pode comprometer várias partes do cérebro. Outros fatores como a idade do paciente e comorbidades podem somar e resultar em uma piora”, ressalta o neurocirurgião.
Sequelas de Edneide
Leonardo Camargo esclarece que o AVC é a doença que mais mata no Brasil atualmente e, também, a que mais deixa sequelas. “As mais comuns são: fraqueza, alterações da sensibilidade, alterações da fala e da linguagem, tontura, desequilíbrio, incoordenação, dificuldade para engolir, engasgos frequentes, prejuízos visuais e até alterações de memória. Todas essas alterações podem ser transitórias – durar minutos, horas ou até vários meses e anos – ou permanentes”, expõe o neurologista da PUC.
Levando em conta tais sequelas e toda a história de Edneide, Carlos Zicarelli reitera que a retirada do pólipo nasal da gerente de RH – que aconteceu antes do AVC – pode ter sido um dos fatores que ocasionaram o problema de saude.
“[Provavelmente] houve uma quebra da barreira que separa o cérebro da área nasal e, por consequência, um vazamento. Com isso, houve uma alteração na região, originando um acidente vascular. A região é chamada de cortex entorrinal e é muita próxima do nervo olfatório, que tem uma ligação com o centro da memória chamado hipocampo no sistema límbico”, avalia o profissional.
“Pela proximidade dessa região, a paciente desenvolveu um AVC no hipocampo, responsável pela memória. Não é muito comum essa sequela, ela é considerada mais rara frente aos mais comuns”, afirma.
Zicarelli também deixa claro que já atendeu casos parecidos, sejam eles ocasionados por AVCs, como o de Edneide, ou por acidentes com traumatismo craniano. “Essa lacuna na memória pode ser definitiva em alguns casos. A pessoa tem que fazer uma reabilitação neurocognitiva”, conclui o neurocirurgião.
Confira a reportagem completa:
https://www.bonde.com.br/saude/noticias/vida-apagada-mulher-perde-14-anos-de-memoria-e-esquece-de-marido-e-filha-apos-avc
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